segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O ideário da " Nova Psiquiatria" consolidou-se no final da década de 1970, no contexto político da redemocratização. O principal marco de sua fundação é a chamada "crise da Dinsam" ( Divisão Nacional de Saúde Mental), que eclode em 1978. Os profissionais denunciavam as péssimas condições da maioria dos hospitais psiquiátricos do Ministério da Saúde do Rio de Janeiro, sendo vários demitidos. No V Congresso Brasileiro de Psiquiatria, uma caravana de profissionais da saúde demitidos no processo de lutas da Dinsam divulgou o Manifesto de Camboriú e marcou o I Encontro Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, em São Paulo, 1979. Neste processo, surge o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental ( MTSM), que foi o primeiro movimento em saúde com participação popular, não sendo identificado como um movimento ou entidade de saúde, mas pela luta popular no campo da saúde mental (...) ( Amarante,1995)
A 8ª Conferência nacional de Saúde, com 176 delegados eleitos nas conferências estaduais, usuários e outros segmentos representativos é vista como um marco no processo, pois a partir dela o movimento assumiu o lema " por uma sociedade sem manicômios" e criou o Dia da Luta Antimanicomial . Nessa trajetória, é importante assinalar a vinda ao Brasil em 1986, de Franco Rotelli, então secretário geral da Rede Internacional de Alternativa à Psiquiatria, e diretor do Serviço do Serviço Mental de Trieste, desde a saída de Franco Basaglia.
A partir do evento conhecido como Congresso de Bauru, a partir da criação de experiências institucionais e associativas em São Paulo, Santos e Bauru e  da elaboração do projeto de lei que mais tarde ficou conhecido como Projeto Paulo Delgado, ocorreu uma ruptura com o processo anterior da Reforma Psiquiátrica.

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